terça-feira, 29 de setembro de 2009

SEGURANÇA NO TRÂNSITO


Se a lei é para todos, por que motoristas de coletivos municipais, policiais militares, civis e federais não usam cinto de segurança, obrigatório para qualquer pessoa que esteja dentro de um veículo? Na semana passada, o JL acompanhou a campanha permanente de trânsito Pé Na Faixa – Atitude é o primeiro passo, que tem o desafio de convencer motoristas a cumprirem a lei e parar para a passagem de pedestres onde não há o semáforo como barreira. Não são poucos os desafios do trânsito londrinense. Como na maioria das cidades brasileiras, a reportagem flagrou motoristas de coletivos do sistema municipal e policiais – fardados em serviço e em horário de folga, à paisana – sem o cinto. “Na empresa ninguém nunca falou nada”, respondeu um motorista de ônibus – logo estranhando a abordagem da reportagem sobre o cinto durante uma panfletagem do Pé Na Faixa. “Não, não”, afirmou, resistindo ao alerta de que deveria colocá-lo. Nos ônibus urbanos, a interpretação errada da lei levou à conclusão de que os motoristas são autorizados a andar sem o cinto. No entanto, o Código diz que veículos de transporte em que as pessoas permaneçam em pé somente os passageiros não são obrigados a usar o cinto - a maioria dos coletivos nem tem o equipamento – mas a obrigação permanece para o motorista. Nos coletivos intermunicipais, os passageiros devem ter o cinto à disposição e usá-lo – assim como o motorista. Com quase 700 motoristas em 314 ônibus que percorrem todos os cantos de Londrina, o setor do transporte coletivo municipal é também o campeão no desrespeito ao uso do cinto. “É uma discussão que há muito tempo nos incomoda. Para mim, trata-se simplesmente do maior contrassenso do mundo”, diz Daniel Martins, diretor de operações da Transportes Coletivos Grande Londrina (TCGL), concessionária detentora de 85% do transporte municipal de passageiros.

O descumprimento da lei vem desde o nascimento do Código de Trânsito, quando um artigo foi interpretado de forma errada. A lei diz que em ônibus que trafegam dentro da cidade em baixa velocidade e com pessoas em pé o equipamento não é de uso obrigatório – mas apenas para os passageiros. “Uma nova resolução explicita com muita clareza que os motoristas têm que usar”, afirma o diretor. “A CMTU nunca nos multou”, admite. “Agora acabaram as interpretações dúbias”. Em breve, a TCGL deve lançar uma campanha de abordagem com os motoristas para que adotem o cumprimento da lei. Atualmente, a empresa faz o levantamento da existência e das condições físicas dos cintos para motoristas e cobradores.

Fonte Jornal de Londrina : Marcelo Frazão dia 29/09/2009.

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